quarta-feira, 15 de abril de 2015

Scalene e Far From Alaska: a aceitação ao novo rock brasileiro



“O rock morreu” dizem o mais fanáticos. Alguns radicais ainda proclamam “a boa música brasileira morreu”. Contradizendo isso, de uns tempos para cá, deixando a preguiça de lado, encontramos uma boa e variada nova safra de música nacional. E o rock não fica de fora.


Duas bandas que merecem destaque e assim o têm recebido, são a Scalene, da capital do rock Brasília, e a Far From Alaska, que foge do habitual: vem do nordeste, Natal, e tem duas meninas na composição. Bandas amigas, tiveram a oportunidade de tocar no Lollapalooza deste ano e surpreenderam. A música já é boa ao ser ouvida dentro de casa, mas ver ao vivo e constatar uma incrível presença de palco e aceitação do público prova que não, o rock brasileiro não morreu.

Os brasilienses da Scalene iniciaram seu reconhecimento depois de uma reestruturação da banda, com a saída da antiga vocalista que dividida as vozes com Gustavo, que assumiu 100% a cantoria e com o CD Real/Surreal. Gustavo Bertoni, aliás, é dono uma eximia voz – pode ser ouvida melhor em seu projeto solo, basta uma rápida pesquisa no Youtube -, se equiparando com grandes cantores internacionais. Ele divide a banda com seu irmão Tomás e os amigos Lucas e Philipe. Com um rock inovador no Brasil, em um estilo meio experimental e meio macabro, a cara de bons moços dos integrantes revela que é só muito talento mesmo.
Confesso que fiquei surpresa ao ver o público presente em um horário tão cedo no Lollapalooza para ver uma atração nacional. Pelo jeito, eu não era a única que andava encantada com a Far From Alaska. Os natalenses se mostravam também extasiados com a resposta que estavam tendo com o show, mas ao mesmo tempo não deixavam o nervosismo atrapalhar o incrível percurso dele. A vocalista, Emily, encantava a todos com seu sotaque, jeito fofo e engraçado, mas, quando abria a boca para cantar, não deixava para ninguém. Qualquer um que desconhecesse a banda e parasse ali de olhos fechados acreditaria facilmente que poderia ser uma atração internacional de já grande relevância. É realmente impressionante o som que Emily, Cris, Edu, Rafael e Lauro andam fazendo. A única critica que pode ser feita à FFA é o idioma usado nas músicas. Mas a questão perde relevância, já que muitos artistas de diversos locais do mundo cantam em inglês mesmo não o tendo como língua mãe. O CD modeHuman é viciante, e a sonoridade da banda me lembra um pouco The Pretty Reckless, da Taylor Momsen – conhecida por sua atuação em Gossip Girl.


Vale destacar que Scalene e Far From Alaska gravaram uma música juntos, provando mais uma vez que vieram para mudar a cena brasileira. Relentess Game mistura blues com um rock gostoso: nada além do que incrível.

B.

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